Criado para garantir a melhoria de vida de milhões de brasileiros, uma espécie de passaporte para sair da pobreza ou extrema pobreza, o Bolsa Família atende hoje mais de 13,9 milhões de famílias em todo o país. Enquanto pipocam casos de fraudes do benefício Brasil a fora, em Paragominas, no nordeste do Pará, 14 famílias pediram o desligamento voluntário do Programa e participaram dia 19, no Auditório da Prefeitura de Paragominas, do 1º Mérito Social de Paragominas.
Segundo o Secretário de Assistência Social de Paragominas (SEMAS), Raphael Vale, desde o ano passado a equipe social da Secretaria vem observando um movimento positivo, de desligamentos. Ao perceber tal ação, o Secretário quis saber o motivo. “Foi quando atestaram a melhoria de vida dessas pessoas, com a entrada no mercado formal de trabalho. Percebemos que o ‘Bolsa Família’, aliado aos nossos projetos locais de geração de emprego e renda, estava surtindo um efeito impactante: pessoas sem expectativas para o mercado ganharam capacitações e conseguiram conquistar uma vaga formal, com carteira assinada”, conta Raphael.
E a partir daí, uma corrente foi formada. Os números de desligamentos aumentaram e hoje, já são 14 famílias que deixaram de ser beneficiadas pelo Bolsa Família por conta da melhoria de vida. É o programa cumprindo seu papel. Mas, a Prefeitura achou que deveria divulgar o bom exemplo e criou o inédito “Mérito Social Paragominense”, onde essas 14 famílias serão homenageadas pelo exemplo de cidadania e compromisso social. “Nosso país passa por uma crise de moralidade, atitudes como essas devem ser destacadas e seguidas para transformarmos nossa sociedade positivamente.
O Primeiro Mérito Social de Paragominas tem como objetivo reconhecer essas pessoas, que sabemos que não tem muito, mas entenderam que podem contribuir com a sociedade, a partir do momento que abrem mão do benefício para que outra família seja atendida e mais ainda, entenderam seu papel como transformador social e mitigador de boas ações”, afirma Paulo Tocantins, Prefeito de Paragominas. Kátia Regina Prestes é uma das pessoas que pediram o desligamento voluntário. Segundo conta, foi em meio uma explicação sobre os tópicos do Bolsa Família que a paragominense conheceu o “Desligamento Voluntário”, que consiste em comunicar espontaneamente ao Governo que não há mais necessidade de participar do programa. “Nesse dia, eu percebi que não precisava mais da bolsa e havia muitas pessoas que tinham necessidades maiores. Foi um choque para as pessoas que estavam lá quando eu disse que queria me desligar do programa”, relembra.
Quando se candidatou ao programa, o ex-marido de Kátia havia falecido e ela não possuía um emprego fixo. Com dois filhos para criar, ela decidiu estudar e participar de cursos profissionalizantes para arranjar uma oportunidade de trabalho. Kátia inicialmente foi contratada como vendedora, mas atualmente trabalha como chefe do setor masculino em uma loja de Paragominas. Ao ser entrevistada, Kátia revelou que suas expectativas eram maiores em relação à consciência e honestidade das pessoas. “Esperava que mais pessoas tivessem essa atitude e pensassem que existem famílias passando por muitas necessidades.
Sei que ainda tem muitas pessoas passando fome e em condições muito precárias para viver, então espero que uma delas possa ser beneficiada com o auxílio que eu recebia”, comenta. Hoje, mais de 11 mil famílias são atendidas no município pelo Bolsa Família, programa de transferência direta criado em 2004, em todo o Brasil, para que as famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza tenham o direito à alimentação e o acesso à saúde e à educação. Para ser atendido pelo programa, é necessário inscrever a família no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e manter os dados atualizados, no máximo, a cada dois anos.
Ascom PMP: Assessoria de Comunicação Prefeitura Municipal de Paragominas