Na capital do minério, como é conhecida a cidade de Parauapebas, errou quem pensou que Aurélio Goiano faria uma gestão isolada, sem dialogar com o governador Helder Barbalho e sem alinhamento com o governo federal de Lula. Com pouco mais de um mês à frente da Prefeitura, o prefeito mais jovem da história do município tem demonstrado que sabe articular. Não apenas conseguiu eleger Anderson Moratório como presidente da Câmara no dia 1º de janeiro, mas também mobilizou sua base para aprovar projetos estratégicos, como o que regulamenta novos assessores.
Com uma equipe técnica à frente das secretarias, Aurélio já entregou ônibus escolares, iniciou o processo de eliminação dos carros-pipa e lançou a operação Buraco Zero. São ações concretas que, para além do discurso, têm mostrado que sua gestão não se limitará a falas de oposição e resistência, mas sim à construção de novas ideias.
O que tem irritado seus adversários não são apenas as ações administrativas, mas a postura pragmática. Seu estilo lembra o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, logo após a vitória em 2022, declarou: “Para que a gente possa trazer políticas públicas para o estado, vai ser fundamental um alinhamento, um entendimento com o governo federal”. Aurélio Goiano parece seguir essa mesma linha.
Os movimentos do jovem prefeito já renderam frutos para Parauapebas. Sempre acompanhado de Jair Martins, ex-prefeito e influente articulador político, Aurélio garantiu, junto ao Ministério das Cidades, comandado por Jader Filho, a conquista de quase 500 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. Mas o que realmente surpreendeu a oposição foi a sequência de reuniões com Helder Barbalho e sua vice, Hana Ghassan.
As imagens dos encontros e a sinalização de diálogo entre o governo estadual e municipal provocaram um misto de irritação e preocupação naqueles que apostavam no isolamento do prefeito. Aurélio parece entender que, em política, vencer uma eleição é apenas o primeiro passo; governar exige habilidade para construir consensos e estabelecer parcerias. Parece que as vezes em que precisou remontar sua equipe a cada afastamento na época de vereador ajudaram o agora prefeito a se tornar um articulador experiente.
O tempo dirá o quão longe essa estratégia poderá levar a cidade, mas uma coisa é certa: Parauapebas não será governada com base em trincheiras ideológicas, e sim com foco no pragmatismo e na articulação.