Parauapebas: Mulheres assumem cada vez mais função antes dita para homens e já são quase 10% do quadro da Caldeiraria da Komatsu

Cleidiane: “Para a atividade em si, os desafios são os mesmos tanto para homens quanto para mulheres" Crédito: Divulgação

Há cinco meses eram 60 homens e apenas uma mulher trabalhando na Caldeiraria do Centro de Reparos Komatsu (CRK) Implementos, em Parauapebas (PA). Atualmente, são 70 homens e seis mulheres, ou seja, quase 10% do quadro atual é feminino e a tendência, segundo Jean Moreno, coordenador do Centro de Serviço da empresa, é o crescimento desse número. “De novembro para cá, temos percebido uma procura maior por parte do público feminino, que tem migrado do ramo comercial para o industrial, o que nos faz ter certeza de que é um novo nicho de mercado que está se abrindo para as mulheres em Parauapebas”, avalia.

A atividade da Caldeiraria é considerada pesada e exige bastante esforço físico, o que, naturalmente, traz uma certa resistência à função, tanto para homens quanto para mulheres. É lá que se trabalha no corte de chapas de aço, recuperação de peças estruturais (básculas, caçambas e tampas de grande porte), montagem de gabarito (peças a serem montadas no equipamento) e processos de soldagem no geral. E é por esse motivo que, até pouco tempo, era difícil encontrar mulheres querendo disputar vagas da área. “Era uma profissional que não se encontrava no mercado, mas hoje não é mais. Nós acreditamos no potencial dessas mulheres, estamos capacitando as interessadas e começando a absorvê-las”, explica Moreno.

Muitas mulheres que chegam à Komatsu buscando vagas na Caldeiraria têm conhecimento da parte teórica do trabalho, por virem de escolas técnicas do município, mas não têm a prática. Outras vêm com alguma experiência de passagens por pequenas serralherias. “Nós designamos profissionais que chamamos de ‘anjos’ para capacitá-las na prática”, esclarece Adaílson Cordeiro, supervisor de Solda. A capacitação dura 90 dias.

‘Desafios são superáveis’, garante funcionária mais antiga

“Para a atividade em si, os desafios são os mesmos tanto para homens quanto para mulheres. Costumeiramente, homens têm um preparo físico melhor para atividades que requerem mais esforço. Mas as mulheres podem adquirir esse preparo da mesma forma”, garante Cleidiane dos Santos Cruz, 34, a mais antiga na função na Komatsu. Nascida em Parauapebas, a funcionária tem o Ensino Médio completo e curso de solda na IDH, feito há sete anos. Antes de começar a trabalhar na Komatsu, passou por uma pequena serralheria, onde executava serviços de solda mais simples. E anteriormente à função, trabalhou em serviços de limpeza, serviços gerais, em supermercado e na roça. “Eu passava sempre na porta do CTK e admirava o trabalho executado. Dizia para mim mesma que um dia iria trabalhar na Komatsu. E foi o que aconteceu: entreguei o currículo, fui chamada, fiz o teste e passei. Me sinto muito orgulhosa de estar aqui. Entrei de soldadora 1 e hoje já estou no nível 3, que é o mais alto”, conta orgulhosa.

Cleidiane revela que, no início, os colegas de trabalho homens duvidavam um pouco da sua capacidade, mas garante que muitos deles é que acham a atividade pesada e desistem, o que não aconteceu com ela e colegas, que foram mostrando suas capacidades. “Muitas mulheres, fora da empresa, ficam surpresas quando digo em qual atividade trabalho e elas passam a se interessar. Isso é muito bacana, pois tenho certeza de que o meu exemplo motiva outras mulheres a fazerem o mesmo. Temos um pouco de desvantagem em relação à capacidade de esforço físico, mas o corpo se acostuma, como em qualquer outra atividade”, analisa.

Sobre a performance de ambos os sexos, Moreno garante que não há diferença. “Inclusive, as mulheres vêm se destacando pela efetividade que têm na área”, avisa.

Uma resposta

  1. São as melhores, mulheres especiais e grandes valores, estamos juntos e misturados é um prazer trabalhar com elas, que venham mais Komatsu.

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