O Projeto Água Azul – Alvo Abelhas, desenvolvido pela Bemisa no município de Água Azul do Norte, vizinha de Canaã dos Carajás, será o centro das atenções nesta terça-feira (17), a partir das 16h. A audiência pública, que acontecerá no Galpão da empresa, na Avenida Lago Azul, no coração da cidade, também contará com transmissão ao vivo pelo YouTube. O evento promete ser um espaço de diálogo entre a empresa, autoridades e a população, trazendo à tona os impactos e benefícios de uma atividade que, aos poucos, redefine a economia local.
Nossa equipe do Portal Canaã mergulhou no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do projeto, documento que detalha o estágio atual da operação. O Projeto Água Azul – Alvo Abelhas já está licenciado e em operação. Atualmente, são desenvolvidas atividades de lavra a céu aberto e beneficiamento a úmido de minério de ouro, com produção anual de 50 mil toneladas. Tudo isso ocorre sob a Licença de Operação nº 13879/2022, emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS/PA) em dezembro de 2022, com validade até dezembro de 2025.
Agora, o horizonte se amplia. Segundo o estudo realizado pela CERN – Consultoria em Empreendimentos de Recursos Naturais, o projeto busca triplicar sua capacidade de produção. A meta é ambiciosa: passar das atuais 50 mil toneladas anuais para 200 mil toneladas por ano, consolidando uma operação de larga escala.
Localizado a 180 quilômetros ao sudoeste de Parauapebas e a apenas 5,5 quilômetros do centro de Água Azul do Norte, o projeto abrange uma vasta área de 6.500 hectares dedicada à mineração aurífera. A região, que começou a ser explorada em 2007 em busca de cobre, viu a sorte mudar durante as pesquisas: o ouro falou mais alto. As descobertas de intensa mineralização aurífera em rochas associadas a zonas de cisalhamento trouxeram um novo foco para a operação, hoje batizada de Projeto Água Azul.
O plano, portanto, é audacioso. A Bemisa pretende transformar a lavra experimental em uma operação comercial plena, com produção anual quadruplicada. Não é apenas um aumento de volume: trata-se de uma transição que promete consolidar a mineração como atividade de peso no cenário econômico regional. Além disso, o empreendimento deverá gerar 113 empregos diretos, movimentando a economia local e criando novas perspectivas de trabalho para a população.
O debate é aberto, e o futuro de Água Azul do Norte pode ser moldado, em parte, a partir das discussões desta tarde.