Na comparação com 2014, recuo de 12,4% é o maior desde 2003.Indústrias extrativas caíram 11%, influenciadas pelo desastre em MG.
A indústria nacional mostrou sua sexta queda mensal seguida em novembro. Na comparação com outubro, o recuo foi de 2,4%, segundo informou nesta quinta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda do penúltimo mês do ano foi a mais forte desde dezembro de 2013, quando a retração chegou a 2,8%.
Já em relação ao mesmo período de 2014, o tombo da indústria brasileira foi maior, de 12,4%. Considerando apenas o mês de novembro, essa queda anual é a maior da série histórica do IBGE, que tem início em 2003.
A maioria dos segmentos da indústria pesquisados pelo IBGE teve resultados negativos, com destaque para as indústrias extrativas, de minério, borracha, por exemplo, que viram sua produção cair 10,9%, bem como as de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que recuaram 7,8%.
Nesse mês, o desempenho dessas indústrias foi influenciado negativamente pelo rompimento da barragem de mineração em Minas Gerais e pela greve dos petroleiros, de acordo com o IBGE.
Também diminuíram as produções de itens alimentícios (-2,2%), produtos de minerais não-metálicos (-3,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,9%) e produtos do fumo (-14,9%), entre outros.
Na contramão, o setor de veículos, que vinha mostrando números negativos, mostrou alta de 1,3%, seguido pelo de metalurgia (1,4%), de bebidas (1,4%) e de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (0,7%).
Entre as categorias econômicas, como são divididos os setores da indústria, bens intermediários tiveram a maior queda, de 3,8%. Bens de consumo duráveis recuaram menos, 3,2%, assim como bens de capital, que caíram 1,6%. O setor de bens de consumo semi e não-duráveis foi o único a mostrar um número positivo (0,4%).
Tombo maior
Na comparação anual, quase todos os ramos também registraram números negativos. O pior deles partiu da indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias (-35,3%). Também caíram as produções de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-12,0%), indústrias extrativas (-10,5%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-34,2%), entre outros.
No ano, de janeiro a novembro, a indústria sofreu uma baixa acumulada de 8,1%, indicando que terminará o ano com desempenho negativo. Nos últimos 12 meses, o setor tem perdas de 7,7%.
Apesar de ter mostrado uma pequena alta de novembro para dezembro, o setor de veículos teve uma das maiores quedas e acabou exercendo o principal impacto sobre o desempenho da indústria até novembro.
Também recuaram os ramos de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-29,6%), máquinas e equipamentos (-13,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,8%), metalurgia (-8,5%), produtos alimentícios (-2,8%) e produtos de metal (-10,9%).
A única taxa positiva partiu das indústrias extrativas, que cresceram 4,7%, impulsionadas por minérios de ferro e óleos brutos de petróleo.