Nova fase do Minha Casa Minha Vida inicia sem os mais pobres

Minha Casa Minha Vida: as contratações com as novas regras da 3ª fase só começaram para as famílias com renda mensal de até R$ 3,6 mil e R$ 6,5 mil. 🙁

Promessa de campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida saiu do papel neste mês, um ano depois do início do segundo mandato da petista, mas deixou de fora a população que mais precisa do programa de habitação popular.

As contratações com as novas regras da terceira fase só começaram para as chamadas faixas 2 e 3 do MCMV, famílias com renda mensal de até R$ 3,6 mil e R$ 6,5 mil, respectivamente.

Nova faixa 😕

A grande novidade da terceira etapa do MCMV, a criação de uma faixa intermediária, também está emperrada e não apenas pela frustração de receitas.

Falta uma regulamentação do Ministério das Cidades, que ainda trabalha na maneira como se dará a seleção das famílias, pelas prefeituras ou construtoras.

Segundo as regras do programa, a faixa 1,5 contempla famílias com renda mensal de até R$ 2.350. Esse público terá um desconto de até R$ 45 mil por moradia, de acordo com a localidade e a renda. Além disso, pagará 5% ao ano no financiamento pelas modalidades SAC (Sistema de Amortização Crescente) ou Tabela Price, num prazo de até 360 meses.

No faixa 1, as prefeituras controlam a lista dos interessados, que precisam se inscrever de acordo com as regras do governo federal. As administrações municipais usam essa lista como “trunfo político”.

A ideia do Ministério das Cidades era que se criasse um cadastro único para que os próprios beneficiários do programa pudessem se inscrever e acompanhar as etapas de seleção, sem o controle das prefeituras.

As famílias que se enquadrassem na faixa 1,5 poderiam obter uma espécie de “carta de crédito” para ser usada. No entanto, esse cadastro ainda não foi criado.

Além disso, há preocupação do mercado com a análise de risco dessas famílias, uma vez que elas contratarão um financiamento. No faixa 1, é possível até mesmo que contemplados com nome sujo tenham direito à casa.

Outro empecilho para tirar o faixa 1,5 do papel diz respeito à contrapartida do Tesouro Nacional nesses financiamentos. O FGTS ficaria com 82,5% dos subsídios e o Tesouro com os outros 17,5%.

O governo deixava o fundo arcar com a totalidade dos subsídios e saldava a dívida depois. No entanto, a prática, também considerada “pedalada fiscal”, foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O governo não quer repetir o mesmo erro.

No MCMV 3, o governo aumentou o valor dos imóveis que podem ser financiados nas faixas 2 e 3 – para o intervalo entre R$ 90 mil e R$ 225 mil, de acordo com a localidade.

Também teve aumento nas taxas de juros dos financiamentos das faixas 2 e 3 que são pagos pelas famílias. Beneficiários com renda de até R$ 2,7 mil terão juros de 6% ao ano. Os com renda de até R$ 3,6 mil, 7%. Na faixa 3, até R$ 6,5 mil de renda, os juros anuais serão de 8%.

No anúncio das condições da terceira fase, em setembro de 2015, o governo também divulgou aumento no valor das prestações que os beneficiários da faixa 1 precisam pagar.

Nas outras duas etapas, era de, no mínimo, 5% da renda. Na terceira etapa, as famílias com renda de até R$ 800 pagarão parcela de R$ 80; entre R$ 800 e R$ 1,2 mil, o valor será correspondente a 10% da renda; de R$ 1,2 mil a R$ 1,6 mil, de 15%; e de R$ 1,6 mil a R$ 1,8 mil, de 20%.

Portal Canaã com Informações do Portal Exame

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One thought on “Nova fase do Minha Casa Minha Vida inicia sem os mais pobres

  1. Como todo ano, o programa minha casa minha vida, vem ajudando milhares de familias que estao em areas de risco ou que ate mesmo nao tem condicoes de realizar o sonho da casa propria.

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