Dólar alcança pico histórico no Governo Lula, semelhante valores da Pandemia

Lula e Fernando Haddad visitam a Unicamp, em Campinas, e conversam com estudantes (Foto: Ricardo Stuckert)

Em um dia marcado pela tensão no mercado financeiro, o dólar comercial superou a marca de R$ 5,80 no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, atingindo um dos valores mais altos de sua administração e chegando muito próximo do recorde histórico registrado durante a pandemia de Covid-19.

Hoje, a moeda americana encerrou o pregão com uma valorização de 1,53%, cotada a R$ 5,8694, refletindo não apenas a força global do dólar mas também a crescente preocupação com a política fiscal brasileira. Este valor é o mais significativo desde que o dólar atingiu R$ 5,90 em maio de 2020, um período de intensa volatilidade econômica global devido à pandemia.

A alta do dólar vem em um momento em que o governo Lula enfrenta críticas pela demora na apresentação de um pacote fiscal robusto. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem minimizado as preocupações, mas sua viagem à Europa, que se estenderá até o dia 9 de novembro, adiou ainda mais as expectativas de medidas de austeridade, gerando incerteza no mercado.

“A falta de um plano claro de corte de gastos está gerando pessimismo entre os investidores”, afirma Christian Iarussi, analista financeiro. “A incerteza sobre a política econômica do governo Lula está levando os investidores a buscar segurança na moeda americana.”

O cenário internacional também não foi de ajuda, com dados dos Estados Unidos mostrando uma desaceleração no mercado de trabalho, o que poderia sinalizar uma possível redução nas taxas de juros pelo Federal Reserve, influenciando a valorização do dólar frente ao real.

Apesar dos desafios, o governo Lula tenta equilibrar suas políticas sociais com a necessidade de estabilização econômica. A produção industrial brasileira apresentou um crescimento de 1,1% em setembro, um sinal positivo em meio à turbulência cambial, mas que não foi suficiente para mitigar as preocupações fiscais.

Enquanto o mundo assiste às eleições nos Estados Unidos e seus possíveis impactos geopolíticos, no Brasil, a busca por medidas econômicas eficazes continua sendo um dos focos principais do governo, com o objetivo de restabelecer a confiança no mercado e estabilizar o câmbio.

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