A primeira audiência para debater a Lei Orçamentária Anual de Canaã dos Carajás para 2020, foi realizada na noite desta quarta-feira(30) na Câmara Municipal de Vereadores. Apesar da explanação de receita prevista para o município, que será de R$1,59 bilhão (inédito no município), como foi divulgado pelo Portal Canaã com exclusividade o tema mais discutido foi o Fundo Municipal de Desenvolvimento, que faz parte da pasta do secretário Jurandir José, que colecionou críticas dos vereadores e um empresário.
A discussão iniciou quando o empresário, Leandro Paiva fez uso da tribuna e questionou o uso do fundo e a burocracia para aderi-lo.
“Em 2018 foi aprovado R$12.570.000 para o fundo municipal, só que teve um remanejamento de 70% desse valor. Esse dinheiro foi destinado para os comerciantes locais, pequeno e grande empreendedores que tem seu objetivo de salvar o seu comércio, pois o comerciante local está morrendo a míngua. E cadê esse dinheiro, que não vê o comerciante?”
Leandro, cotou sua experiência ao tentar aderir o fundo ao fundo municipal: “Meu comércio está beira do limite. Botei meu nome em dias, organizei a minha empresa, gastei quase 8 mil. Aí você vai lá fazer um financiamento. Você precisa ter dois avalistas.” subindo o tom de voz pergunta “Quem diabos [sic] vai avalizar um empresário em uma crise dessas?”
Continuando, Leandro percebe que o secretário, Jurandir que estava sentado na plateia, estaria rindo, e critica
“O senhor foi comerciante aqui no município e o senhor penou, não é atoa que o senhor fechou seu comércio”, disse Leandro
O próximo a falar sobre o assunto foi o presidente da casa, Wilson Leite que defendeu a preservação do fundo: “Não adianta a Secretaria capitalizar o comerciante com capital de giro, sem potencializar as pessoas para comprar. Tem que ter cliente. Primeiro tenho que gerar emprego.”
O Vereador, João Batista também entrou no assunto em defesa da questão defendido pelo empresário Leandro e, também, a mudança da legislação para facilitar o acesso das pessoas ao fundo: “Eu vejo que está lento demais. Acumula-se recursos e os recursos não chegam nas pessoas. Tá barrado. Tem que desburocratizar.”
Após, o secretário, Jurandir que estavam como ouvinte, decidiu usar a tribuna em sua defesa e do Fundo Municipal. Jurandir já iniciou alfinetando os discursos políticos.
“Quer falar bonito, se elege e vem pra tribuna falar. Quer fazer política em cima do trabalho dos outros, vem fazer.”, alfineta Jurandir
Sobre o fechamento de seu comércio em Canaã, Jurandir diz que foi tudo planejado.
“Quando cheguei em 2002, eu planejei minha vida para começo, meio e fim. A minha empresa tinha dia de nascer, viver e morrer. Fechei por que eu quis e meu patrimônio hoje está garantido independente do poder público”, se defendeu Jurandir.
Segundo secretário, hoje, o fundo, tem R$28 milhões e R$100 mil reservados no banco Banpará.
“Esse fundo, se as empresas não tiver acesso pra pegar e gerar emprego e renda, vai ficar inútil “, enfatizou o vereador Hélio, defendo a desburocratização e melhor acesso da sociedade.
Sobre o Fundo
Com o objetivo de consolidar a sustentabilidade econômica do município, o governo de Canaã criou o Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentável (FMDS). A partir disso, empreendedores do município poderão ter acesso a uma linha de crédito para investimento com menor taxa de juros e menor burocracia. A iniciativa destina 5% do valor da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) para investimentos em negócios de diferentes áreas.