Setor de siderurgia vai demitir 11 mil empregados

A indústria brasileira do aço deve demitir 11.332 trabalhadores no primeiro semestre deste ano, informou hoje (28) o Instituto Aço Brasil (IABr). A produção do aço bruto do país deve fechar o ano 1% menor que a de 2015, totalizando 32,9 milhões de toneladas.

No acumulado 2014 e do ano passado, 29.740 empregados foram demitidos. O instituto disse que essa é a pior crise do setor.

Segundo o IABr, as vendas internas dos produtos siderúrgicos têm previsão de queda de 4,1% neste ano, para 17,4 milhões de toneladas, e o consumo aparente de aço no país deve ser de 19,4 milhões de toneladas, redução de 8,8% na comparação com 2015.

Para o instituto, os indicadores refletem a convergência de fatores conjunturais e estruturais que levaram o setor a paralisar ou desativar 74 unidades de produção, sendo quatro altos-fornos.

“No plano conjuntural, o cenário político-econômico nacional foi determinante para que os grandes setores consumidores de aço: automotivo, construção civil e de máquinas e equipamentos registrassem quedas sucessivas em seus resultados, encolhendo substancialmente o mercado interno de aço. No plano estrutural, a manutenção das assimetrias competitivas evidencia ainda mais as dificuldades que a indústria nacional tem historicamente de concorrer com o importado”, afirmou o IABr.

A exportação seria um caminho para melhorar o grau de utilização da capacidade instalada em 60%, mas o setor convive com excedentes de capacidade internacional que ultrapassam 700 milhões de toneladas e levam a práticas desleais de comércio e preços reduzidos, de acordo com o instituto.

“Com a queda dos preços internacionais do aço, o resultado do faturamento das exportações em dólares de 2015 foi 3,3% menor, o que significa que o aumento em volume das exportações não trouxe ganhos ao setor em receita”, disse o IABr.

Nesse contexto, o instituto diz que é fundamental que o governo analise o retorno do apoio direto à exportação com a reintrodução ao Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) em patamares que compensem efetivamente os resíduos tributários. As informações são da assessoria de comunicação do IABr.

Fonte: NMB

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