Mpox: Origem, transmissão, sintomas e a verdade por trás da chamada “varíola dos macacos”

A doença conhecida atualmente como Mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, ganhou atenção global a partir de 2022, quando começou a se espalhar por países fora da África, inclusive o Brasil. Com sintomas semelhantes aos da varíola humana – já erradicada – a Mpox é menos letal, mas ainda representa risco significativo, especialmente para pessoas imunossuprimidas, gestantes e crianças pequenas.

Nesta matéria, explicamos em detalhes como surgiu a doença, como ela é transmitida, quais os sintomas, quem corre mais risco, situação atual no Brasil e ainda tiramos dúvidas frequentes no formato de perguntas e respostas.


📍Como surgiu a Mpox?

A Mpox foi identificada pela primeira vez em 1958, durante um surto em macacos de laboratório na Dinamarca. Por isso, recebeu o nome original de monkeypox (varíola dos macacos). No entanto, o nome é enganoso: os verdadeiros hospedeiros naturais do vírus são roedores silvestres da África, como esquilos e ratos-gambá.

O primeiro caso humano registrado foi em 1970, na República Democrática do Congo, em uma criança de 9 meses. Desde então, a doença passou a ser considerada endêmica em países da África Central e Ocidental.


🧬 O que é o vírus da Mpox?

A Mpox é causada por um vírus da família Poxviridae, gênero Orthopoxvirus, o mesmo da varíola humana. Ele possui duas variantes principais (clados):

  • Clado I (Bacia do Congo): mais grave e letal (até 10%)
  • Clado II (África Ocidental): menos letal (mortalidade < 1%), mais transmissível

A maioria dos casos fora da África desde 2022 é causada pelo Clado IIb, uma sublinhagem do Clado II. Em 2025, o Brasil já confirmou caso isolado da variante Clado 1b, a mais perigosa.


🌍 Como a Mpox se espalhou pelo mundo?

Até 2022, a Mpox era limitada a regiões africanas. O cenário mudou quando o vírus passou a circular entre humanos de forma sustentada, sem necessidade de contato com animais silvestres. O surto global começou em maio de 2022, com transmissão comunitária confirmada em diversos países europeus e, logo em seguida, nas Américas.

No Brasil, o primeiro caso foi registrado em junho de 2022. Desde então, o país já soma mais de 10 mil casos acumulados e vários óbitos, a maioria em homens adultos imunossuprimidos.


🦠 Como a Mpox é transmitida?

A transmissão ocorre principalmente por:

  • Contato direto com lesões de pele, crostas ou fluidos corporais de pessoas infectadas
  • Contato com objetos contaminados (roupas, toalhas, lençóis)
  • Gotículas respiratórias em contato próximo (abraços, beijos, relações sexuais)

A Mpox não é considerada uma IST, mas o contato íntimo durante o sexo é uma via comum de transmissão nos surtos atuais.


🤒Quais são os sintomas?

Os sintomas surgem geralmente de 5 a 16 dias após o contágio, e incluem:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dor muscular
  • Inchaço de gânglios (linfonodos)
  • Fadiga
  • Lesões de pele (manchas → bolhas → crostas)

A fase ativa dura cerca de 2 a 4 semanas. A transmissão só cessa após a cura completa das lesões de pele.


Quem corre mais risco?

Os grupos mais vulneráveis à forma grave da Mpox são:

  • Pessoas com HIV/AIDS não tratado
  • Imunossuprimidos (câncer, transplantados, uso de corticoides)
  • Crianças menores de 8 anos
  • Gestantes
  • Pessoas com doenças de pele graves (como dermatite atópica)

Embora crianças tenham maior risco de complicações clínicas, a maioria das mortes tem ocorrido em adultos com imunodeficiência, especialmente por HIV não tratado.


🧪 Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico e laboratorial. Amostras das lesões (crostas ou fluidos) são coletadas e analisadas por exame molecular (PCR). O resultado pode demorar alguns dias.


Existe vacina ou tratamento?

  • Sim. A vacina Imvanex/Jynneos, contra o vírus da Mpox, já foi aprovada em diversos países.
  • No Brasil, a vacinação é restrita a grupos prioritários, como pessoas vivendo com HIV com CD4 baixo.
  • O antiviral Tecovirimat (TPOXX) pode ser usado em casos graves, mas não está amplamente disponível no SUS.

Situação atual no Brasil (maio/2025)

  • Casos confirmados em 2025: 373
  • Mortes em 2025: 16
  • Maioria dos casos: Homens entre 30 e 39 anos
  • Pará: 19 casos e 2 mortes; maioria em Belém

A cidade de Parauapebas, no sudeste do Pará, teve um caso inicialmente tratado como suspeito, mas posteriormente descartado pela Secretaria de Saúde, que orienta a população a buscar informações somente pelos canais oficiais.


PERGUNTAS E RESPOSTAS FREQUENTES (FAQ)

📌 A Mpox é perigosa?

Sim, especialmente para pessoas imunossuprimidas, crianças pequenas e gestantes. Para a maioria das pessoas saudáveis, os sintomas são leves e autolimitados.

📌 A Mpox mata mais crianças ou adultos?

Apesar de crianças estarem em grupo de risco, a maioria dos óbitos no Brasil ocorreu em adultos imunocomprometidos – especialmente com HIV/AIDS sem tratamento.

📌 Posso pegar Mpox no ônibus ou mercado?

É muito raro. A transmissão exige contato direto com lesões ou secreções, geralmente em ambientes fechados e íntimos.

📌 Existe vacina para todos?

Ainda não. No Brasil, a vacina é restrita a grupos de risco, sob recomendação do Ministério da Saúde.

📌 A doença tem cura?

Sim. A maioria das pessoas se recupera sem sequelas em 2 a 4 semanas, com repouso, hidratação e cuidados com a pele.

📌 Devo me preocupar com Mpox em Parauapebas em Canaã e no Pará?

Não há casos confirmados atualmente. Mas é essencial manter atenção aos sintomas e seguir as recomendações da Secretaria Municipal de Saúde.

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