Neste domingo (16), a praia de Copacabana foi palco de uma das maiores manifestações políticas do ano, com milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro tomando as ruas em defesa da anistia dos presos políticos dos atos de 8 de janeiro. O evento, que contou com a presença de governadores, parlamentares e lideranças da direita, foi uma demonstração clara de força do ex-mandatário e um revés para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
A mobilização superou as expectativas, com manifestantes vestindo verde e amarelo e entoando gritos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o atual governo. O ato, realizado poucos dias antes de o STF julgar novas denúncias contra Bolsonaro, evidenciou que a direita segue coesa e mobilizada, enquanto o governo Lula enfrenta dificuldades para conter a insatisfação popular.
O ex-presidente Bolsonaro chegou ao evento sob aplausos e afirmou que “o Brasil não pode ser governado com perseguições políticas”. Ele reforçou o discurso contra o que chama de “judicialização da política” e prometeu seguir na luta para libertar os detidos pelos atos de janeiro. O evento teve a presença dos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Cláudio Castro (RJ) e Mauro Mendes (MT), reforçando o peso político do encontro.
Para analistas políticos, a manifestação representa uma derrota simbólica para Lula, que enfrenta uma crescente onda de descontentamento, mesmo com índices de aprovação ainda relativamente estáveis. O governo, que busca consolidar sua base no Congresso e conter o desgaste com a economia estagnada, vê na força da oposição um desafio crescente.
Além disso, a ausência de grandes reações da esquerda mostra que, neste momento, Bolsonaro e seus aliados conseguem dominar a narrativa política. A pressão sobre o Congresso Nacional e o STF deve aumentar nas próximas semanas, conforme as decisões sobre os processos contra bolsonaristas forem avançando.
Enquanto isso, Lula e o PT precisam encontrar formas de reverter a crescente mobilização da direita e recuperar o protagonismo político antes que o cenário se torne ainda mais desfavorável. Caso contrário, atos como o deste domingo poderão se tornar cada vez mais frequentes e representar um risco real para a estabilidade do governo.