Fraude no INSS: últimas atualizações

Operação investiga rombo bilionário em benefícios irregulares concedidos em todo o país
Lula e Fernando Haddad visitam a Unicamp, em Campinas, e conversam com estudantes (Foto: Ricardo Stuckert)
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Brasília (30/06/2025) – Uma nova fase da investigação contra fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ganhou destaque nos últimos três dias, com a deflagração da Operação Falsidade Real. A ação, conduzida pela Polícia Federal em parceria com o Ministério da Previdência Social e o Ministério Público Federal, revelou um esquema que pode ter causado um prejuízo superior a R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

Segundo a Polícia Federal, os criminosos utilizavam documentos falsificados para obter aposentadorias, pensões por morte e auxílios-doença. Nos últimos três dias, mais de 350 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 15 estados brasileiros, incluindo Pará, Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Foram presas 68 pessoas ligadas diretamente ao esquema, entre elas servidores públicos, despachantes e intermediários.

Como funcionava o esquema

O grupo atuava com base em três frentes:

  1. Falsificação de documentos: como certidões de óbito, carteiras de trabalho, atestados médicos e certidões de nascimento.
  2. Uso de “laranjas”: pessoas usadas para requerer o benefício com documentos fraudulentos.
  3. Corrupção interna: servidores do INSS facilitavam a concessão dos benefícios ilegítimos mediante propina.

A PF afirmou que a organização criminosa mantinha uma estrutura organizada por estados, com lideranças regionais e divisão de tarefas. Apenas em um dos núcleos investigados em Salvador (BA), foram identificados 1.827 benefícios irregulares.

Impactos e medidas adotadas

O Ministério da Previdência confirmou que mais de 4.900 benefícios foram suspensos nas últimas 72 horas para análise aprofundada. A estimativa é de que, apenas nesses benefícios bloqueados, o impacto mensal seria de R$ 28 milhões.

O ministro Carlos Lupi declarou que “será tolerância zero com qualquer tipo de fraude, inclusive com servidores que se prestaram a esse tipo de crime”. O governo também anunciou a criação de uma Força-Tarefa permanente para auditoria de benefícios suspeitos.

Apesar das ações, o escândalo causou sérios desgastes ao Governo Federal, com críticas da oposição e questionamentos sobre a fragilidade dos sistemas de controle interno do INSS. Parlamentares da base aliada têm evitado comentar o assunto publicamente, enquanto o Planalto tenta blindar o presidente Lula de maiores desgastes.

Irmão do presidente Lula é citado

Um dos fatos mais polêmicos dos últimos dias foi a citação do irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Ferreira da Silva, conhecido como “Zezé Lula”, em uma das ramificações da investigação. Segundo fontes da PF, seu nome aparece vinculado a intermediações suspeitas de benefícios no interior de São Paulo. A Polícia Federal ainda não confirmou se ele será formalmente investigado, mas o nome já consta nos relatórios preliminares da operação.

Prisões e bloqueio de bens

Até o momento, mais de R$ 142 milhões em bens foram bloqueados judicialmente, incluindo carros de luxo, imóveis e contas bancárias. Um servidor do INSS em Recife (PE) chegou a movimentar R$ 9 milhões em contas pessoais nos últimos dois anos, valor incompatível com seu salário.

As investigações continuam, e a PF já confirmou que novas fases da operação estão previstas para os próximos meses. A estimativa é de que o total de prejuízos supere R$ 1,3 bilhão, com reflexos em todo o país.

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