Desmatamento na Amazônia aumenta 18% entre agosto e março, alerta Imazon

A pesquisadora do Instituto Tecnológico Vale, Tereza Giannini estuda os sons da Amazônia

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou nesta semana que o desmatamento na Amazônia aumentou 18% entre agosto de 2024 e março de 2025. No período, foram 2.296 km² de floresta derrubados, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).

O número preocupa porque ocorre durante a estação chuvosa, tradicionalmente um período de menor atividade de desmate devido às dificuldades logísticas. Esse aumento fora de época acende um alerta real: sem ação imediata, o segundo semestre, historicamente mais seco, poderá registrar índices ainda mais altos.

Comparativo: menos que anos anteriores, mas a tendência é de alta

Embora o índice atual seja quase 60% inferior ao registrado no mesmo período entre 2020 e 2021, quando o desmatamento chegou a 5.552 km², a tendência de crescimento volta a aparecer depois de períodos de queda. Se não houver reforço na fiscalização e na proteção de áreas vulneráveis, os ganhos dos últimos anos podem ser rapidamente anulados.

Onde mais se desmata

A análise do Imazon mostra que:

  • 64% do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob posse irregular;
  • 24% atingiu assentamentos rurais;
  • 9% afetou Unidades de Conservação;
  • 3% atingiu Terras Indígenas.

Esses dados evidenciam que a maior parte da destruição acontece em terras que deveriam ser fiscalizadas com mais rigor.

Degradação florestal também dispara

Além da derrubada total da floresta, a degradação florestal — dano causado principalmente pela extração seletiva de madeira e queimadas — também explodiu. Em agosto de 2024, por exemplo, a área degradada foi de 2.870 km², 1.012% maior que a registrada no mesmo mês do ano anterior.

Expectativa para os próximos meses

Se o padrão de alta se mantiver, o cenário poderá se agravar ainda mais nos meses de seca (junho a outubro), quando o desmatamento historicamente atinge seu pico.

O Portal Canaã reforça: a proteção da Amazônia é vital não apenas para o Brasil, mas para o equilíbrio climático do planeta. Monitorar, fiscalizar e agir com firmeza contra crimes ambientais são ações que precisam ser contínuas e efetivas.

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