Cadê a turma do dólar alto? Aqueles que, até pouco tempo, soltavam rojões a cada centavo que a moeda americana subia, agora estão em silêncio. O dólar acaba de registrar sua oitava queda consecutiva, e curiosamente, os comentários sumiram. Nenhuma postagem, nenhum gráfico alarmista, nenhum “eu avisei” invertido. Só o som do vento soprando nos grupos de WhatsApp e nos perfis que antes vibravam com a desvalorização do real.
Será por quê?
Quando o dólar subia, era culpa do governo. Era o retrato da “falta de confiança do mercado”, da “instabilidade”, da “má gestão econômica”. Agora que ele cai e não é uma queda tímida, cadê os especialistas de ocasião? Aquelas análises cheias de palavras como “volatilidade cambial”, “risco Brasil”, “fuga de capitais”? Sumiram.
É claro que ninguém está dizendo que tudo está perfeito, ou que a economia virou um mar de rosas. Mas o silêncio diante da boa notícia é revelador. Parece que, para alguns, a queda do dólar é mais incômoda do que sua alta. Afinal, ela desmonta narrativas, desconstrói discursos, mostra que o mundo é mais complexo do que se pensa e que os mercados reagem a uma série de fatores, muitos deles além do controle de quem quer usar números como armas políticas.
No fim das contas, o dólar em queda ajuda no preço da gasolina, no custo das importações, no controle da inflação. Mas quem se beneficiava da gritaria, agora faz de conta que nada está acontecendo.
E assim seguimos: entre silêncios estratégicos e memórias seletivas. Mas para quem acompanha de verdade, o que vale é a realidade dos fatos e ela está dizendo que o dólar caiu. De novo.
E você, viu alguém comentar?