Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, morre em queda de avião em SP

O empresário Roger Agnelli, ex-presidente da mineradora Vale, morreu na queda do avião monomotor de sua propriedade sobre uma residência na Casa Verde, Zona Norte de São Paulo, na tarde deste sábado (19). Sua mulher Andrea e dois filhos, Ana Carolina e João, também morreram no acidente. O genro Parris Bittencourt, a namorada do filho de Agnelli e o piloto são as outras vítimas. Uma mulher que estava fechando o portão da residência atingida ficou ferida e foi levada ao pronto-socorro da Santa Casa.

A aeronave caiu na Rua Frei Machado, 110, perto da Avenida Braz Leme. O aeroporto Campo de Marte está fechado desde as 15h30. Segundo o major Hengel Ricardo Pereira, do Corpo de Bombeiros, o trabalho de rescaldo foi concluído por volta das 19h30. Quinze carros e 45 bombeiros trabalharam na ocorrência.

O empresário de 56 anos foi presidente da Vale de julho de 2001 a maio de 2011, quando foi substituído pelo atual presidente da mineradora, Murilo Ferreira. Sob o comando de Roger Agnelli, a Vale se expandiu internacionalmente e se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo.

Após deixar a Vale, fundou a AGN Participações, uma empresa de logística e mineração. Desde 2012, estava à frente da B&A Mineração, joint venture da AGN com o BTG Pactual com projetos de exploração de fertilizantes, minério de ferro e cobre em Belé (Pará) e em La serena, no Chile.

Além de presidir a Vale, Agnelli integrou o conselho de administração de grandes empresas brasileiras como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Latasa, Suzano Petroquímica e Petrobras. Agnelli passou a integrar o Conselho da Petrobras no início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e saiu em 2007.

Comandou Vale por 10 anos
Agnelli chegou ao cargo mais alto da Vale em 2001, após 19 anos como executivo do Bradesco, um dos acionistas controladores da Vale. Na gigante da mineração, implementou uma cultura de meritocracia e era conhecido por sua disciplina e temperamento forte, destaca a agência Reuters.

Durante sua gestão, a Vale intensificou sua estratégia de expansão global, comprou a mineradora canadense Inco, se tornando a segunda maior produtora de níquel do mundo, e também a Fosfértil, que fez da empresa um importante player no mercado de fertilizantes. Sob o comando de Agnelli, as ações da mineradora registraram uma valorização de 1.583% e a Vale se transformou a Vale na maior exportadora brasileira na maior parte da última década.

A saída do executivo da Vale em 2011 foi conturbada,  em meio a especulações de que sua saída foi uma exigência do governo da presidente Dilma Rousseff.

A campanha pela saída de Agnelli começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores.

Roger Agnelli era formado em Economia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e desenvolveu sua carreira profissional no Grupo Bradesco, onde trabalhou de 1981 a 2001.

Antes de ser escolhido como presidente da Vale, Agnelli foi presidente do Conselho de Administração da empresa.

Em 2012, Roger Agnelli foi escolhido pela “Harvard Business Review” e o Insead como o 4º CEO com melhor desempenho no mundo e único brasileiro no ranking.

Roger era casado com a Andrea Agnelli e tinha dois filhos, Ana Carolina e João. Todos estavam no avião e morreram no acidente.

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Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, fala durante entrevista coletiva em Belo Horizonte, em fevereiro de 2013 (Foto: Washington Alves/Reuters/Arquivo

 

Fonte: G1

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