Helder Barbalho não explica doação de R$ 1,2 mi da Odebrecht

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB), postou, ontem, no seu perfil do Facebook, vídeo em que nega ter firmado qualquer contato com a construtora Norberto Odebrecht nos seus oito anos como prefeito de Ananindeua (2005-2012) ou no meses em que esteve à frente dos ministérios da Pesca e Aquicultura, no governo Dilma Rousseff, e na Integração Nacional, no governo Michel Temer.

O que Helder Barbalho não explica, na sua mensagem em vídeo, é a doação de R$ 1.200.000,00 (Um milhão e duzentos mil reais) que recebeu no dia 3 de outubro de 2014, em cheque, da Norberto Odebrecht, como doação de campanha, quando concorreu e foi derrotado por uma diferença superior a 120 mil votos na disputa pelo governo do Pará. Curiosamente, a doação da Odebrecht foi feita no dia da eleição.

Dados oficiais, extraídos do sistema de prestação de contas da Justiça Eleitoral, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acessíveis a qualquer cidadão (veja ao lado), mostram que, em 2014, Helder Barbalho comprovou na campanha eleitoral receitas de R$ 12.638.851,40 e despesas de R$ 12.922.222,33. Deste total de recursos, R$ 3.230.000,00 (três milhões, duzentos e trinta mil reais) vieram de empreiteiras contratadas para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu sudoeste do Pará.

Executivos das empreiteiras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa já confessaram, em delação premiada à Polícia Federal e ao Ministério Púbico Federal, que 1% do total de recursos gastos na execução das obras da usina de Belo Monte (mais de R$ 13 bilhões, à época) foi pago em propina para políticos do PMDB. Parte deste dinheiro de propina foi “legalizada” em doações de campanha para candidatos do PMDB nas campanhas de 2010, 2012 e 2014.

Além dos R$ 1.200.000,00 que recebeu da Norberto Odebrecht, Helder Barbalho ganhou dinheiro para sua milionária e derrotada campanha de 2014 de outras empreiteiras já denunciadas na Operação Lava Jato, entre as quais a Construtora Queiroz Galvão, que mandou um cheque de R$ 530.000,00 (quinhentos e trinta mil reais) no dia 8 de agosto de 2014.

Também a empreiteira Andrade Gutierrez desembolsou R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para a campanha de Helder, num cheque pago no dia 28 de agosto de 2014, e a Brasken doou R$ 1.000.000,00m (um milhão de reais) em 29 de outubro de 2014 conforme exibe o site doo Tribunal Superior Eleitoral.

Agora, após as denúncias de que houve doações de dinheiro de propina para adubar os cofres de campanhas eleitorais do PMDB até na campanha de 2014, o TSE poderá revisar as prestações de contas já apresentadas e até tornar inelegíveis os políticos que se beneficiaram da doação ilegal.

No caso de contas rejeitadas, uma cópia do processo será encaminhada ao Ministério Público Eleitoral, que poderá pedir abertura de investigação judicial para apurar o uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou de autoridade. Com informações do Jornal O Liberal.

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