Parauapebas: Milhares passam fome, mas prefeitura arrecada R$ 2,5 milhões por dia

Em 2012, Parauapebas tinha a 46ª prefeitura mais rica do Brasil. Em 2013, era a 40ª mais rica. Há quatro anos, a Prefeitura de Parauapebas era tão rica, tão rica, que deixava para trás as prefeituras das capitais Florianópolis (SC), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Boa Vista (RR), Rio Branco (AC) e Macapá (AP). Era tão rica, tão rica, que nem municípios com população gigante conseguiam ter arrecadação igual — como Nova Iguaçu e São Gonçalo, ambos no Rio de Janeiro, com 805 mil habitantes e 1,025 milhão de moradores, respectivamente.


Em 2016, a riqueza despencou para a 71ª colocação. Parauapebas é o município brasileiro cuja prefeitura mais empobreceu no curto período de quatro anos, conforme revelam as edições da série histórica do Anuário MultiCidades.


Entre 2013 e o ano passado, essa prefeitura ficou pelo menos R$ 270 milhões mais pobre, o equivalente a ter perdido a receita da Prefeitura de Castanhal no período — diga-se de passagem, a Prefeitura de Castanhal sobrevive com pouco mais de R$ 270 milhões para cuidar de uma população do tamanho da de Parauapebas.


Impactado pela baixa na cotação do preço do minério de ferro, carro-chefe da economia local, Parauapebas só não terá arrecadação levemente menor em relação ao ano passado por causa de R$ 85,83 milhões de indenização na conta-corrente e com cujo valor o Executivo não contava. Matematicamente, considerando-se o comportamento da arrecadação deste ano, sem contar as indenizações inesperadas, a receita da Prefeitura de Parauapebas encerraria este ano em R$ 897,76 milhões, um milhão a menos que em 2016. Ela normalmente arrecada R$ 2,46 milhões por dia, em média.


Entre os anos de 2013 e 2016, aponta a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Parauapebas arrecadou R$ 4,06 bilhões (foram R$ 1,17 bilhão em 2013; R$ 1,05 bilhão em 2014; R$ 943,53 milhões em 2015; e R$ 898,69 milhões em 2016). O que foi feito com essa fortuna histórica? Quais benefícios em prol da população? Responda quem souber. A verdade é que, entre 2010 e 2017, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, a população de baixa renda — que passa o mês com menos de meio salário mínimo — saltou de 16,5 mil para 62 mil. É a “progresso” da pobreza vencendo a batalha num dos municípios com a prefeitura mais rica (e que também mais perde riquezas) do Brasil. Então, “cadê o dinheiro que tava aqui”?

 

Fonte: Meu Parazão 

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