Apesar da indefinição, Márcio Miranda desponta como nome favorito de Jatene para disputar o governo do Pará

Apesar de faltar alguns meses antes do processo de descompatibilização, prazo limite dado pela Justiça Eleitoral para quem for concorrer a cargo público nas eleições de 2018 deixarem seus atuais cargos, alguns cenários começam a clarear, sobretudo, no que diz respeito ao processo de sucessão ao governo do Estado do Pará, e com ele a disputa pelas duas vagas ao Senado Federal.

Conforme abordado diversas vezes pelo blog, Simão Jatene terá que saber muito bem qual decisão tomar e as estratégias que irá colocar em prática. Há muita coisa em jogo. Não só a manutenção da dinastia tucana, que em 2018, completará duas décadas, mais a presença em Brasília do PSDB paraense.

Pois bem, Jatene tem diversas opções e caminhos a tomar. Dentro do ninho tucano configura-se três nomes: Zenaldo Coutinho, Manoel Pioneiro, Adnan Demarck. Flexa Ribeiro, também tucano, era cotado ao Palácio dos Despachos, mas decidiu que disputará à reeleição ao Senado. Fora do ninho tucano, dentro da órbita do governo, aparecem dois nomes: Sidney Rosa (PSB) e Márcio Miranda (DEM).

A lista que ora já esteve maior, em outro momento – dependendo do contexto – diminui, criando e mantendo alto nível especulatório. O que sabe-se – com alto nível de certeza – é que, Simão Jatene concorrerá ao Senado Federal, se descompatibilizando do cargo em abril, prazo limite definido pela Justiça Eleitoral. A ordem natural indicaria que o seu vice, Zequinha Marinho assumiria o cargo e tentaria a reeleição. Mas os “ventos” que se descolocam do Palácio dos Despachos, apontam para a descompatibilização de ambos.

Neste sentido, a cadeira mais importante do Pará ficaria em estado de vacância, sendo assumida pelo presidente do poder legislativo, Márcio Miranda, o terceiro na sucessão estadual. Tudo indica que Jatene quer resolver a sua sucessão desta forma, com esse cenário: ele ao Senado com a companhia de Flexa, Zequinha Marinho possivelmente para um Tribunal de Contas e Márcio Miranda ao governo, mantendo o grupo de poder que governa o Pará há 19 anos.

A escolha de Miranda faz todo o sentido no atual cenário e nos futuros desdobramentos que poderão ocorrer. Conforme escrevi em outras oportunidades, o atual presidente da Alepa entre os possíveis candidatos à sucessão do Executivo paraense, é o que reúne melhores possibilidades políticas. Primeiro porque não é correligionário direto do governador, passa à margem da péssima avaliação que o PSDB enfrenta no Pará, com claro desgaste da imagem do partido e sua forma de gestão. Segundo, porque Miranda tornou-se uma referência em liderança política, sendo reconhecido como um grande articulador e mediador de interesses. Não, por acaso, já segue no terceiro mandato à frente do parlamento estadual. Além de não ter rejeição, pois nunca foi testado ao Executivo. Seria o “novo” para o já velho e cansado modelo de gestão tucana no Pará.

Em 2014, foi o deputado estadual mais votado no Estado, conseguindo mais de 82 mil votos, uma votação expressiva que lhe permitiria inclusive uma vaga na Câmara Federal. Esse crescimento é fruto de trabalho parlamentar reconhecido. O primeiro mandato em 2002 veio com 23.996 votos. Em 2006, foi reeleito, com 60.390 votos, sendo o mais votado nas cidades do interior – recebeu votos em 134 municípios. Já em 2010, sua popularidade cresceu, conseguindo mais de 67.530 votos, obtendo a preferência na maioria das localidades interioranas e ocupando a segunda colocação geral entre os eleitos.

Claro que Jatene não apontará seus direcionamentos e tendências. Seguirá o rito, além do manual político que é alimentado pelos acordos, sustentados pela especulação. É como não definir o time que entrará em campo, evitando que o adversário monte a sua estratégia, apesar que o PMDB não trabalha com “plano B”, portanto, Helder será o candidato. O ministro de Temer lidera as pesquisas, mesmo tendo alto índice de rejeição, não deixa de ser um forte candidato e que ameaça a continuação da dinastia tucana.

O jogo está sendo jogado…

Por.

Henrique Branco

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