Em Pacajá, mineradora vai contratar os primeiros 180 até final do ano

Muito ouro e diamante. São essas as preciosidades minerais que fazem com que o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) tenha uma pilha de 146 processos ativos de pesquisa no município de Pacajá, alguns dos quais prestes a ganhar corpo operacional. Mesmo não se destacando como município minerador, Pacajá possui jazidas de ouro consideráveis, e isso levou a empresa DC Mineração a olhar com carinho para o subsolo do município. Grande parte das preciosidades de Pacajá está enterrada debaixo de 5.762 quilômetros de floresta bruta, nas quais o homem jamais passou.

A Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem) seguiu, após sair de Novo Repartimento, para Pacajá, um município bastante acolhedor cuja sede urbana é cortada pela Rodovia Transamazônica (BR-230) e com população à espera de chegar a sua vez. Pacajá é vítima, direta e indireta, do encerramento das obras na Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Com a conclusão dos trabalhos no canteiro de obras localizado em Altamira, o movimento local caiu drasticamente como efeito dominó de Altamira a Pacajá.

Agora, a mineração ensaia acender a chama comercial. De olho no filão magnífico do ouro, a DC Mineração protocolou em 2013 nove processos junto ao DNPM para investigar 90 mil hectares em Pacajá. Cerca de R$ 20 milhões foram investidos na empreitada, que só não decolou antes porque a área da mina havia sido invadida ainda em 2013. Este ano, a empresa retomou as atividades, na etapa de sondagem, e espera contratar até cerca de 180 trabalhadores para finalizar essa etapa, como divulgado pela imprensa. Daí para frente, vai se iniciar um corre-corre para viabilizar a instalação do projeto, que fatalmente demandará centenas de trabalhadores.

Dada a abundância de ouro previamente mapeado, a mineradora está focada em iniciar suas operações o mais rápido possível. Além da DC Mineração, a Belo Sun anda paquerando Pacajá, mas quase ninguém sabe. E pelo mesmo motivo: ouro. Aliás, a Belo Sun sozinha possui 41 processos junto ao DNPM sobre Pacajá, que vão de requerimento de disponibilidade de área a requerimento de autorização de pesquisa. O primeiro processo data de 2011 e o último, do dia 4 de maio deste ano. No dia 1º deste mês, a Belo Sun conseguiu obter autorização de pesquisa de ouro no município de Pacajá e deve anunciar boas novas em breve.

Pobre Pacajá muito rico

A mineração, observadas todas as condicionantes legais para que aconteça, pode ajudar a dar um upgrade nas finanças de Pacajá. Diferentemente de alguns municípios paraenses, cujas prefeituras recebem verdadeiras fortunas e muito pouco ou nada fazem em prol da população, a arrecadação total da Prefeitura de Pacajá, que foi de R$ 26,1 milhões ano passado, é lamentavelmente pequena demais para cuidar de uma população estimada em 46,5 mil habitantes em 2017. A receita de Pacajá, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, é adequada para um município com faixa populacional entre 8 mil e 12 mil habitantes. Está fora da realidade.

Em julho deste ano, Pacajá tinha quase 28 mil pessoas inscritas no Cadastro Único, do Governo Federal, compondo famílias que sobreviviam com — pasmem ― até R$ 85 por mês. Quase 8.500 crianças e adolescentes pacajaenses vivem em lares onde o Bolsa Família é a única renda.

Com a entrada em operação de um projeto de mineração no município, como o da DC Mineração, a realidade socioeconômica pode começar a mudar aos poucos, de forma gradativa e constante. Empregos são gerados; o poder público municipal passa a ser beneficiado com compensações financeiras, taxas e impostos diversos; o comércio local aquece; e o resultado disso pode ser traduzido em investimentos sociais à população. A própria mineradora já está fazendo sua parte, com abertura de estrada e construção de escola, atendendo 1.100 famílias na região do empreendimento. Toda forma de ajuda a Pacajá será bem-vinda.
Hoje, a população local formalmente empregada não passa de 2.100 pessoas, a maior parte (cerca de 70%) trabalhando na prefeitura. O projeto de ouro que está em curso poderá acrescentar em 30% a população atualmente ocupada, com a criação de postos temporários e fixos, além de incrementar a receita em 40%.

Mineração e Transformação Social

Em outubro do ano passado, uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de abrangência nacional, colocou Pacajá como o terceiro pior município do Brasil, entre 5.565 localidades analisadas, ao avaliar bem-estar urbano. Em todos os critérios do levantamento ― mobilidade urbana, condições ambientais e habitacionais, serviços coletivos urbanos e infraestrutura —, Pacajá teve desempenho vexatório.

É hora de a mineração entrar em cena para tentar catalisar as riquezas de um Pacajá sofrido e transformá-las em progresso social. A mineração responsável desencadeia benefícios que vão muito além de si mesma e cria um legado positivo em escala local, desde que investidores, governos e sociedade civil trabalhem juntos. Avante, Pacajá! Com informações da Assopem.

 

 

Receba as notícias do Portal Canaã

Siga nosso perfil no Google News

19 thoughts on “Em Pacajá, mineradora vai contratar os primeiros 180 até final do ano

  1. Sou Técnico de Segurança do Trabalho, tenho experiência de procedimentos de mina (Hydro/Vale), como faço pra enviar meu currículo?

  2. Trabalho ária de detonação como ajudante de campo tenho experiência na aria bastante tempo já gostaria de saber se vai ter detonação nessa mina?

  3. Sou almoxarife, como faço pra ta fazendo parte do grupo ou da mineradora que irá trabalhar na extração dos minérios. Mora em Tucuruí e fica b próximo de Pacajá.

  4. Sou almoxarife, como faço pra ta fazendo parte do grupo ou da mineradora que irá trabalhar na extração dos minérios. Mora em Tucuruí e fica bem próximo de Pacajá.

  5. Sou Téc em Mineração.
    Já trabalhei na área da Vale (N-5) pela U & M Mineração e Construção, também trabalhei como Téc em Medição Apropiada em Belo Monte a serviço da Norte Energia.

  6. trabalhei 1 ano 9 meses de apontador(manobreiro) e 5 anos e 4 mese de balanceiro na Itaminas comercio de minerio. queria poder fazer parte do quadro de funcionario dessa empresa.

  7. Gostei da sua matéria bastante otimista e informativa. Sou técnico em edificações e estudante de Engenharia Civil. Gostaria de saber se a empresa vai dar oportunidade para nós. Moro atualmente em Tucuruí. Mas aqui também está difícil colocação no mercado de trabalho. Mas gostaria de salientar que é preciso implantar um polo Universitário ai em Pacajá visando qualificar os trabalhadores daí. É também tornar possível a nossa transferência de Tucuruí para trabalhar e estudar aí caso venha ter vagas para nós.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *