Em Ourilândia do Norte, indios interditam principal acesso ao projeto de mineração Onça Puma

Eles denunciam a contaminação do rio Cateté, que abastece 3 aldeias. Índios pedem indenização

Nesta quarta-feira (23), cerca de 500 índios xicrins da região do Cateté interditam o principal acesso ao Projeto de Mineração Onça Puma, que pertence a Vale, em Ourilândia do Norte, sudeste do estado.

Os manifestantes denunciam a contaminação por metais pesados do rio Cateté, que abastece três aldeias da região. A Vale informou que já enviou documentos técnicos a órgãos responsáveis, que comprovariam que a atividade mineradora na região não geraria danos ao rio Cateté.

De acordo com os índios, uma das principais consequências da exploração de minérios como o cobre o níquel na região seria o desaparecimento dos peixes. Os indígenas pedem indenização pela prejuízos causados ao meio ambiente, e dizem que só vão deixar o local depois de uma resposta da empresa. A Vale ressaltou em nota que já repassou aos indígenas cerca de R$ 13 milhões por ano para projetos nas comunidades e que continua aberta ao diálogo.

Em contato com o Portal Canaã, a Assessoria de Imprensa da Vale informou  que a portaria da Mina de níquel de Onça Puma foi liberada no início da tarde de ontem (23/11),  pelos  indígenas da comunidade Xikrin do Cateté, que  bloqueavam além da portaria a estrada de acesso ao empreendimento em Ourilândia do Norte, desde às 10h30 de ontem, quarta-feira (23/11). Os indígenas visavam pressionar a empresa a liberar os valores bloqueados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora tenham liberados os acessos, alguns deles permanecem acampados na área da empresa, conhecida como viveiro de mudas, ameaçando retornar a ocupação da portaria, caso não tenham as suas reivindicações atendidas.

A empresa esclarece que já apresentou nos autos da Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal, documentos técnicos que comprovam que a atividade de mineração não gera danos ao rio Cateté, e que há anos vem tentando executar as ações do Plano Básico Ambiental (PBA) – devidamente aprovado pela FUNAI – no interior da Terra Indígena Xikrin do Cateté, mas  enfrenta uma resistência injustificada por parte dos indígenas que negam acesso da empresa.

A empresa já obteve liminar impedindo que os indígenas bloqueiem os acessos do site. A decisão judicial determina que os indígenas se mantenham a 500 metros do empreendimento, decisão que foi descumprida pelos Xikrin. Este fato já foi informado à juíza de Ourilândia, que determinou a expedição de novo mandado de reintegração e ofícios para a FUNAI, Ministério Público e Delegado da Polícia Federal para ciência quanto ao descumprimento da ordem judicial.

 

 

A Vale reforça que desenvolve projetos de produtividade e infraestrutura junto à comunidade Xikrin, repassando aos indígenas cerca de R$ 13 milhões por ano e que está aberta ao diálogo com os indígenas e os representantes do Ministério Público Federal para viabilizar o cumprimento do PBA Xikrin.

Reportagem: Wesley Costa

 

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