Projeto de ouro Serra Misteriosa tem potencial para 1.500 empregos

“Há mais mistérios entre o céu e a serra do que sonha a nossa vã filosofia”, exprimiria o príncipe Hamlet, personagem criado por William Shakespeare, se andasse pelas entranhas do Pará, uma potência mineral para onde correm as mineradoras mais poderosas e audazes do mundo. No trecho original da frase célebre, a palavra “serra” aqui usada é “terra”. Mas dá no mesmo: o Pará tem mil e um mistérios minerais encravados terra abaixo à espera de alguém chamar de seu.

E na Serra Misteriosa não é diferente. Localizada entre os municípios de Novo Repartimento e Marabá, o projeto Serra Misteriosa guarda mais mistérios minerais que supõe a vã filosofia capitalista de qualquer mineradora. Para desvendá-los, a empresa australiana Centaurus iniciou campanha de sondagem diamantada e já comemora: descobriu intensos veios de quartzo e sulfetos (pirita e arsenopirita).

A serra e o entorno têm muito ouro de excelente qualidade e, para a empresa, é um negócio promissor. A Centaurus, em uma de suas campanhas, percebeu que a porção mineral que fica em terras de Novo Repartimento tem um verdadeiro projeto “Volta Grande” [da empresa Belo Sun, às margens do Xingu] em tamanha miniatura.

Com potencial para gerar 1.500 oportunidades, entre postos diretos e indiretos, nas etapas de implantação e operação, o empreendimento tem agido com transparência. A diretoria da Centaurus já se reuniu com o governo municipal de Novo Repartimento e sempre o mantém informado de seus passos no município, para que o projeto e o desenvolvimento econômico de Repartimento caminhem juntos.

“A mineradora tem total apoio da Prefeitura de Novo Repartimento para acelerar o trabalho. Nossa vontade é gerar emprego e renda para o município”, declarou o prefeito Deusivaldo Pimentel, conhecido como “Amizade”, em entrevista a um portal de notícias de Tucuruí em abril. A parte do projeto no lado novo-repartimentense está próxima à vila Nova Descoberta, a 190 quilômetros da sede municipal.

Atualmente, o município de Novo Repartimento tem 74 mil habitantes e 4.800 trabalhadores formais, dos quais 55% estão empregados na prefeitura. A propósito, a prefeitura local tem receita anual de R$ 140,7 milhões e está entre as 500 mais ricas do país. Há dez anos, a receita era de R$ 50,7 milhões. Além de muito minério escondido, Novo Repartimento tem o 8º maior rebanho bovino do Brasil, com 930 mil cabeças.

O Projeto

O projeto Serra Misteriosa é formado por dois processos junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que somam 18.228 hectares nos municípios paraenses de Marabá, Anapu e São Félix do Xingu, além de Novo Repartimento. Os direitos minerários estão em nome da brasileira Terrativa Minerais, empresa com a qual a Centaurus fez acordos.

Com protocolo para requerimento de pesquisa autorizado no DNPM, se entrar em operação, o projeto vai inaugurar o município de Novo Repartimento no rol dos municípios mineradores do Pará. A Centaurus protocolou pedido de pesquisa no dia 3 de maio deste ano e no dia 6 de julho recebeu autorização. Os trabalhos para dimensionar 1.699,44 hectares do potencial de ouro da Serra Misteriosa estão a todo vapor.

Repartimento tem ativos 89 processos para investigar minérios em suas terras, boa parte mirando ouro. Mas a Centaurus está tão animada com a Serra Misteriosa que, na parte marabaense, pediu ao DNPM para pesquisar minério de cobre numa área de 306,3 hectares, no dia 8 de junho. A empresa aguarda a autorização. As pesquisas de ouro estão concentradas na porção da serra localizada no município de Repartimento e as de cobre, no município de Marabá, praticamente dentro da província mineral de Carajás, da qual faz parte o projeto Salobo, da Vale.

Logística

 Infelizmente, como é de praxe no Pará, a logística é um dos maiores desafios para a Centaurus, já que a Serra Misteriosa fica em lugar de acesso difícil, remoto, o que acaba aumentando os custos de produção. Isso porque a área está localizada a cerca de 265 quilômetros da sede de Marabá e a mais ou menos 105 da sede de Parauapebas. O acesso à serra, pela rota mais fácil, dá-se pela mesma forma como para o projeto Salobo (via Parauapebas). Do Salobo até lá são apenas 12 quilômetros, enquanto de Parauapebas até o Salobo são outros 93.  Mesmo com todos os obstantes, o projeto tem potencial econômico animador. Com informações da Assopem.

 

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