O ex-presidente Lula se tornou réu na Justiça pela quarta vez. Agora em uma ação da Operação Zelotes. A ação corre na Justiça Federal de Brasília. Lula, o filho dele, Luís Cláudio Lula da Silva, e mais dois empresários são acusados dos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Crimes, que segundo o Ministério Público, foram praticados entre 2013 e 2015, quando Lula não era mais presidente.
A denúncia aceita pelo juiz Vallisney Souza de Oliveira, é resultado das investigações sobre a compra de caças suecos pela FAB e a aprovação de uma medida provisória que concedeu incentivos fiscais a montadoras.
Na denúncia, agora aceita pela Justiça, os procuradores afirmam que Lula integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo da então presidente Dilma Rousseff para beneficiar as empresas MMC, grupo CAOA e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Rmpreendimentos e Fiplomacia Ltda, a M&M. A SAAB é a fabricante do caça sueco Grippen. Em troca, Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, donos da M&M, repassaram, segundo a denúncia, mais de R$ 2,5 milhões ao filho de Lula através de um contrato de assessoria.
Segundo a investigação, Luís Cláudio copiou da internet os relatórios entregues à empresa M&M. Ainda segundo a denúncia, “Lula recebeu dinheiro por intermédio do filho, tornando-o um milionário em um intervalo de apenas nove meses”, uma evolução patrimonial de 770% sem explicação lícita, afirmou o Ministério Público.
O Jornal da Globo não conseguiu contato com a defesa do ex-presidente Lula nem do filho dele, Luís Cláudio. Mas, na semana passada, os advogados de Lula disseram que nem ele nem o filho participaram ou tiveram conhecimento de qualquer ato relacionado à compra dos caças e que Luís Cláudio recebeu da Marcondes e Mautoni remuneração por trabalhos efetivamente realizados. Também na semana passada o Instituto Lula disse que a ação é mentirosa e ofensiva ao ex-presidente, à família dele e às empresas citadas.
Na noite de sexta-feira (16) os advogados dos empresários Mauro Marcondes e Cristina Mautoni afirmaram que, em respeito ao juiz Vallisney de Oliveira, vão se manifestar primeiro nos autos do processo. Então agora o juiz vai ouvir as testemunhas de acusação, de defesa, os réus, analisar as provas e só então proferir uma sentença.
