Se a bancada do PHS for pra oposição, a coisa fica feia pro governo Jeová Andrade

Por: Kleysykennyson Carneiro

Ver de perto as sessões do legislativo em Canaã é perceber que os ataques ao governo são cada vez mais constantes. Até mesmo os vereadores do mesmo partido do gestor partiram para o ataque na última sessão e não tiveram papas na língua ao criticar as polêmicas lombadas eletrônicas. Élio e Walter se mostraram insatisfeitos com a implantação dos controladores de velocidade e chamaram a atenção para a sinalização que, segundo eles, estava longe do ideal.

No entanto, ouvir dois parlamentares do mesmo partido do prefeito criticarem alguma ação, sempre vai parecer o velho e conhecido ato de encher linguiça. Parece que é tudo orquestrado: a crítica é feita pelos peemedebistas e o problema se resolve. Assim que Walter apresentou a sua indicação e as críticas foram feitas, como que por mágica, o problema se resolveu e fotos do trabalho já devidamente realizado chegaram para serem exibidas já durante a sessão. Ainda que não seja, tudo pareceu ensaiado e, assim, todo mundo saiu ganhando: o vereador por fazer as críticas precisas e o gestor por ouvi-las e atende-las em tempo recorde.

O que vem chamando a atenção, de fato, é a bancada do PHS. Os três vereadores eleitos não tem lá uma língua perigosa como os legisladores da bancada do PDT, mas mostram força pela união. Rael, Baiano e Gesiel foram as grandes surpresas na eleição de 2016 e elevaram o PHS ao status de partido importante em Canaã. Durante as últimas sessões, os três têm feito duras críticas ao governo. Entre os alvos, o principal é a saúde. Baiano do Hospital, em sua impagável retórica, tem deixado claro a sua insatisfação em todos os discursos feitos nas últimas sessões. Rael já fez cobranças pessoais no gabinete da Prefeitura sobre o assunto e Gesiel, líder da bancada, também deixou claro que não está feliz com a situação.

Estariam os três parlamentares insatisfeitos com o poder executivo? Vale lembrar que todos foram eleitos na coligação de Jeová e apoiaram a reeleição do homem que agora criticam. O que haverá por trás dessas queixas? É possível que a bancada queira mais espaço no governo? Vale lembrar que o diretor do SAAE, Glaidston, é o presidente do partido na cidade e ocupa o cargo, pelo menos na teoria, por conta da parceria entre os partidos.

É possível que o PHS esteja a caminho da oposição? Em entrevista, Gesiel falou sobre a ida ou não do partido para o lado de lá: “AINDA não somos oposição. E esperamos não ser. Na verdade, como representantes do povo, estamos só transmitindo a insatisfação com a assistência social, saúde, limpeza da cidade, iluminação pública… Os problemas vêm pra cima do vereador. Não é questão de ser oposição, mas sim fazer o nosso trabalho.”

E se por ventura, numa dessas esquinas do destino, o partido, para defender os interesses do povo, precise ir para a oposição, como seria? Gesiel também falou: “Mais uma vez, esperamos que não chegue esse momento. Mas, como somos representantes do povo, às vezes, lamentavelmente, se chegar a oportunidade, talvez tenhamos de ser. Mas não é essa a intenção. Fomos eleitos no palanque do nosso prefeito e queremos contribuir para vencer esses obstáculos. Acho que está faltando BASTANTE da gestão.”

Considerando que a pressão do PHS não seja apenas barganha por mais secretarias de governo, a matemática pode começar a preocupar o prefeito Jeová. A bancada do PDT, composta pelo articulado Wilson Leite, pela destemida Maria Pereira e pela histérica Vânia Mascarenhas, já é oposição há pelo menos seis meses. Minoria na casa, no entanto, o partido não tem forças contra o governo. Caso o PHS, tenha a coragem de assumir a identidade de oposição, seis legisladores já estariam, declaradamente, contra o governo.

O número, no entanto, ainda não é metade dos parlamentares da Casa de Leis. No caso de votações, haveria empates e o voto do presidente Junior Garra, também eleito no palanque de Jeová, resolveria a questão. A oposição talvez ainda não tivesse forças para vencer a queda de braço contra o governo.

No entanto, para quem vivencia os bastidores da política, não é segredo nenhum que Walter Diniz anda flertando abertamente com o PDT de Jean Carlos. O parlamentar esteve presente e contribuiu com a onda azul em algumas ações sociais realizadas nos últimos meses pela turminha do Jean.

O que resta saber é se haverá coragem da bancada do PHS de abrir mão da posição privilegiada de base governista. Em caso de debandada do partido da base aliada, quem primeira sofreria o choque seria o presidente Glaidston, que, provavelmente, seria afastado da direção do SAAE.

Mas é de se duvidar muito que haverá coragem de Rael, Baiano e Gesiel pra abandonar o barco. Cair fora não é tão fácil assim e o que se especula nos bastidores é que haverá, em breve, mais uma secretaria novinha em folha para o PHS chamar de sua.

Tudo é especulação, mas se nos próximos dias mudanças acontecerem no time de secretários de Jeová e quem entrar em campo for do PHS, a gente já sabe que tudo o que foi dito foi só pra canaense ver.

E quem viver, verá.

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