Projeto S11D elimina uso de água e barragem de rejeitos

O S11D, maior projeto de mineração da história da Vale em termos de custo, volume e qualidade, localizado em Canaã dos Carajás (PA) e avaliado em US$ 16 bilhões, irá inovar ao usar a tecnologia que reduz a quase zero o uso de recursos hídricos. O processamento de minério de ferro ocorrerá a partir da umidade natural sem O uso de água do processo convencional, diminuindo os impactos ambientais.

A técnica reduz a geração de rejeitos com o máximo de aproveitamento do minério, pois as partículas mais finas, que seriam eliminadas no processo convencional, misturam-se ao produto final. Isso elimina também o uso de barragem de rejeitos, minimiza a intervenção em ambientes nativos e facilita obtenção de licenciamento ambiental.

Com esse processo, a mina e a usina do S11D terão economia de 93% do consumo de água. O processamento a seco permitirá também a redução do consumo de energia elétrica em 18 mil MW ao ano. O start-up do projeto é esperado para o fim deste ano e atingirá sua capacidade nominal de produção de 90 milhões de toneladas de minério de ferro em 2018, aumentando a capacidade logística da Vale em 230 milhões de toneladas anuais.

A empresa alemã Haver & Boecker, junto com duas outras multinacionais, forneceram os equipamentos que são responsáveis por parte desse processo no S11D. Eles são chamados de peneiras de movimento circular excêntrico.

“Estas peneiras possibilitam retirar cerca de 40 milhões de m³ de água que seriam usados na classificação do minério. Esse processo elimina também o uso de barragens de rejeitos por meio do peneiramento à umidade natural, que é bastante alta no Pará, em decorrência das chuvas diárias”, disse Oswaldo Delfim, gerente de negócios da Haver & Boecker, durante palestra técnica ministrada em outubro na 24ª edição do World Mining Congress (WMC), que aconteceu no Rio de Janeiro.

A empresa tem sede em Campinas (SP), onde tem uma fábrica e um centro de pesquisa, que produzem e exportam diversos equipamentos para mineradoras no Canadá, Rússia, Chile, Peru, México, entre outros países. De acordo com ele, o faturamento mundial da companhia é de 600 milhões de euros, cerca de R$ 2,142 bilhões, e o Brasil responde por entre 5% e 10% deste total.

Questionado se os equipamentos poderiam ser usados pela Samarco em Mariana (MG), onde ocorreu o rompimento da barragem de Fundão em novembro do ano passado, Delfim afirmou que isso não é possível porque o minério de ferro obtido em algumas minas do Sul e Sudeste do Brasil possui muitas impurezas, média de 40%, estando bem abaixo do parâmetro internacional de 62%, o que exige o uso intensivo de água no processo de classificação. Com informações do jornal Valor Econômico.

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Peneira excêntrica Haver & Bocker. Crédito: Haver & Bocker

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