Canaã e Parauapebas poderão receber Parque Nacional em 2017

Como meio de proteger recursos naturais e fomentar a educação ambiental e o turismo na região, está em processo de criação o intitulado “Parque Nacional Campus Ferruginosos de Carajás”, que reunirá os ecossistemas da Serra da Bocaina e da Serra do Tarzan, situados entre os municípios de Canaã dos Carajás e Parauapebas.

A região tem grande importância ambiental, pois abriga um raro tipo de vegetação no país, a savana metalófila, encontrada em áreas com grande concentração de jazidas de minério de ferro. Caso aprovado, o Parque Nacional Campos Ferruginosos será o maior parque de cavernas em rochas ferríferas do país. Com 80 mil hectares de extensão, a área equivale a cerca de 80 mil campos de futebol em medidas oficiais.

Em consulta pública realizada no dia 23 de novembro, na Câmara Municipal de Canaã dos Carajás, o projeto foi apresentado à população pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente, responsável pela criação e gestão das unidades de conservação federais do Brasil. O encontro reuniu representantes da sociedade civil, do Poder público, da Vale e comunidade.

No evento foram apresentados e discutidos todos os aspectos do projeto. Essa foi a última etapa do processo antes de ser elaborada a proposta final de criação do Parque Nacional para ser validada pela presidência da república em forma de decreto federal. Além da consulta pública em Canaã, foi realizada outra, no município de Parauapebas, quatro reuniões em comunidades vizinhas ao empreendimento e uma para aprovação do Conselho da FLONACA, (Floresta Nacional de Carajás).

Para o secretário de Meio Ambiente, Reginaldo Pires Ferreira, a participação popular é essencial para o processo. “Em Canaã, foi muito proveitoso. Com a contribuição da sociedade, conseguimos tornar o projeto mais rico, atendendo as necessidades do coletivo, respeitando o meio ambiente” afirmou.

Consulta Pública para criação do parque Nacional Foto: ICMBio
Consulta Pública para criação do parque Nacional Foto: ICMBio

Saiba mais:

Com informações do ICMBio.

O que é um Parque Nacional?

O Parque Nacional é uma Unidade de Conservação de proteção integral, ou seja, tem como objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza, possibilitando o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de lazer junto à natureza, de pesquisa científica e de turismo ecológico.

Por que a criação do Parque Nacional Campus Ferruginosos de Carajás?

A criação do Parque atende ao cumprimento de condicionante determinada pelo IBAMA à mineradora Vale como compensação ambiental pela instalação do projeto de mineração Ferro Carajás S11D. O objetivo principal será de proteger os campos ferruginosos, um tipo raro de ecossistema, associado aos afloramentos rochosos de hematita, conhecido como vegetação de canga e, localmente, como “Savana Metalófila”.

Este ecossistema é muito especial por sua singularidade, possuindo importantes atributos para conservação, entre eles: espécies da flora e da fauna raras, ameaçadas e endêmicas, ecossistemas aquáticos e cavernas. O Parque Nacional é de posse e domínio público. A área do parque que atualmente se localiza no interior da Flona Carajás já se encontra totalmente íntegra e sem ocupação.

Caso aprovado, o Parque Nacional Campos Ferruginosos será o maior parque de cavernas em rochas ferríferas do país, concentrando uma das maiores densidades de cavernas no Brasil, com aproximadamente, 350 cavernas de formatos únicos e que abrigam espécies raras da região, além de registros arqueológicos das primeiras ocupações humanas na Amazônia. O Parque Nacional Campos Ferruginosos também abriga em seu interior outros ecossistemas incluindo grandes áreas de florestas nativas e mananciais importantes para a proteção das águas da região.

O que acontecerá com as áreas de terceiros?

A maior parte das propriedades particulares da Serra da Bocaina já foi adquirida pela mineradora Vale e se encontra em processo de doação ao ICMBIO. As demais propriedades particulares ainda existentes na área do Parque serão desapropriadas a partir de indenizações justas de acordo com o que dispõe a lei. O ICMBIO poderá estabelecer parceria com as propriedades vizinhas ao parque buscando a conservação da biodiversidade a partir de apoio à produção sustentável e do incentivo ao desenvolvimento do turismo de base comunitária no interior do Parque Nacional, podendo gerar renda para as comunidades locais.

Quem será responsável pela manutenção do novo Parque?

O ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, com recursos do Governo Federal e apoio da Vale.

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