Canaã é o 2º município com maior número de registros de casos de chikungunya

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a terra prometida só perde para Xinguara. Dados são referentes ao Informe Epidemiológico de 2017

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Vigilância em Saúde, divulgou nesta quinta – feira (9), o informe epidemiológico de 2017, sobre as ocorrências confirmadas no Pará das doenças que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Os dez municípios com mais registros confirmados de febre chikungunya foram Xinguara (175), Canaã dos Carajás (68), Parauapebas (58), Rio Maria (57), Novo Repartimento (35), Marabá (27), Marituba e Tucumã (ambos com 25), Belém (20) e Eldorado dos Carajás (15). Por outro lado, os dez municípios com mais registros confirmados de dengue foram Anapu (106), Marabá (95), Tucumã (74), Parauapebas (60), Ourilândia do Norte (46), Xinguara (34), Rio Maria (27), Novo Progresso (24), Tucuruí (18) e Alenquer (14).

Segundo o levantamento inédito do Portal Canaã com base nos dados do informe epidemiológico foram registrados casos confirmados de zika vírus em Rio Maria (08), Canaã dos Carajás (04), Ourilândia do Norte (03), Ananindeua e Marituba (ambos com 02), Belém, Curionópolis e Vigia com um caso cada.

Um total de 635 casos de dengue, 22 de zika vírus, 549 de febre chikungunya e nenhum de febre amarela em humanos compõem o novo Informe Epidemiológico de 2017.

O levantamento confirma que, em todo o Estado, não houve registro de mortes por dengue e Zika este ano e nem em 2016, mas a Sespa orienta que as Secretarias Municipais de Saúde informem num período de 24 horas a ocorrência de casos graves e mortes suspeitas.

Para a confirmação de óbitos é necessária a investigação epidemiológica com aplicação do Protocolo de Investigação de Óbito do Ministério da Saúde, que prevê exames específicos em laboratórios credenciados do Estado, como o Laboratório Central (Lacen) e Instituto Evandro Chagas (IEC) – que são preconizados pelo Programa Nacional de Controle da Dengue – para o correto encerramento de casos graves e óbitos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

A execução de ações contra as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes é de competência dos municípios, que devem cumprir metas, entre as quais se recomenda a estabilidade de agentes de controle de endemias capacitados para fazer visitas domiciliares. Paralelamente, a Sespa faz o monitoramento dos 144 municípios que receberam o incentivo do Ministério da Saúde para vigilância, prevenção e controle da dengue, e distribui às prefeituras inseticidas (larvicidas e adulticidas) para o controle. Equipes da secretaria estadual também fazem visitas técnicas aos municípios para assessoramento das ações do programa da dengue, além de apoiar capacitação sobre as doenças causadas pelo Aedes aegypti.

Quando há necessidade, a Sespa também faz o controle vetorial, como bloqueio de transmissão viral nas localidades, e articula ações com órgãos municipais de saneamento e limpeza urbana, tendo em vista a melhoria da coleta e destinação adequada de resíduos sólidos. Também fazem parte das ações atividades de educação e mobilização, visando a participação da população no controle da dengue.

Os vírus da dengue, chikungunya, zika provocam sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Mas as doenças têm gravidades diferentes e de notificação obrigatória por parte das equipes de Vigilância Epidemiológica das Secretarias Municipais de Saúde. No caso da febre amarela, os pacientes normalmente não apresentam sintomas e, quando apresentam, os mais comuns são febre, dores musculares em todo o corpo, dor de cabeça, perda de apetite, vômitos, faces e línguas avermelhadas, além de fotofobia e fraqueza.

Segundo o informe epidemiológico emitido pelo Programa de Controle de Endemias da Sespa, não existe tratamento específico para dengue, chikungunya e zika vírus. O tratamento é sintomático e baseia-se em hidratação adequada, levando em consideração o estadiamento da doença, segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, para decidir condutas, bem como o reconhecimento precoce dos sinais de alarme. É importante que os profissionais de saúde, sobretudo os médicos, reconheçam precocemente os sinais de hemorragia para a correção rápida com infusão de fluídos, bem como a lista de medicamentos contraindicada em casos de suspeitos de dengue.

Febre Amarela

No caso da febre amarela, o tratamento também é sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva, com vista a reduzir as complicações e o risco de morte. O médico deve estar em alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.

A Sespa ainda informa que não são registrados casos de febre amarela em humanos no Estado desde 2015 e descarta qualquer situação alarmante porque as ações estão sendo intensificadas. Em 2017, até o momento, não há mortes a serem apuradas e tampouco pessoas internadas com sintomas da doença no Estado.

Só no ano passado, 71.195 pessoas foram vacinadas no Pará contra a doença. Em 2015, o quantitativo foi de 80.230 imunizados. Dos 144 municípios paraenses, 129 estão indicados pelo Ministério da Saúde (MS) para vacinação contra a febre amarela. Até março deste ano a Divisão de Imunização do Pará solicitou ao Ministério da Saúde um quantitativo de 190.000 doses da vacina contra a febre amarela para ser usada na rotina dos municípios. Deste total, o Estado recebeu somente 133.270 doses.

De acordo com o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI), até o momento, neste ano, foram administradas um total de 7.022 doses de vacina contra a Febre Amarela na população neste ano de 2017. Para cobrir os pedidos extras de vacinação nos municípios paraenses foram solicitadas mais 200.000 doses, sendo que foi sinalizada a entrega de somente 150 mil.

A título de recomendação, a Sespa orienta o mesmo que o Ministério da Saúde (MS) vem estimulando em todos os Estados: a de que toda pessoa que reside ou vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, que são áreas com recomendação da vacina contra febre amarela, deve se imunizar. Isso ocorre porque a transmissão da febre amarela é tida como possível na maioria das regiões do Brasil entre dezembro e maio.

Sendo assim, a vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e, no Pará, pode ser encontrada em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), que é mantida pelas prefeituras. As doses podem ser aplicadas a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.

Redação Portal Canaã

 

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