Análise do comercio de Canaã e sugestões para enfrentar a crise

Analisando o cenário atual de Canaã dos Carajás, vamos pensar a crise vista sob a ótica do empresário do comercio local e pensar um pouco sobre o que pode ou poderia ser feito para minimizar seus impactos.

O Cenário atual

Não é necessário ir muito longe para perceber a insatisfação dos Empresários. Desde conversas informais de WhatsApp às reuniões empresariais é comum ouvir os problemas enfrentados pelos mesmos. Destacaremos em seguida alguns dos principais pontos:

  • Custo com Aluguel: É comum ver pontos de avenidas principais com placas de “aluga-se” por vários meses. Com valores considerados altos e locatários decididos a não reduzir o preço, os comerciantes se veem obrigados a absorver esse custo e por fim repassa-lo aos clientes no preço de seus produtos.

 

  • Custo com fornecedores: O principal fator alegado pelos fornecedores para os valores cobrados no fornecimento de produtos são as dificuldades enfrentadas nas “péssimas estradas” até a cidade, como exemplo a BR 155 conhecida como “estrada do Posto 70”, o que gera despesas com manutenção dos transportes, ônus ao fornecedor que precisa ser repassado ao comerciante, que por sua vez o inclui no preço de venda.

 

  • Concorrência com Parauapebas e municípios vizinhos: Basta um passeio rápido ou um pequeno problema a resolver nas cidades vizinhas que todos aproveitam para fazer compras, sob a alegação de preços mais vantajosos, o que vem sendo uma “pedra no sapato” do comercio local. De acordo com os próprios empresários, Canaã não tem atrativos culturais que diminuam o escoamento da renda dos trabalhadores da cidade.

 

  • Desemprego: A crise nacional, gerou milhares de desempregados que por sua vez ocasionou queda nas vendas em vários setores. Em Canaã não foi diferente, com a desmobilização do Projeto Ferro Carajás S11D os empresários sentem o impacto em suas lojas que tem deixado seus produtos muito mais tempo nas vitrines e estoques, o que acaba gerando de certa forma uma bola de neve, pois sem receita há redução de custos com cortes de pessoal, aumentando ainda mais o desemprego local.

Dicas rápidas

Sabemos que as dificuldades são grandes e a crise é uma realidade que assombra muitas pessoas em todos os cantos do país, mas dessa vez vamos pensar um pouco “fora da caixa”.

Deixando um momentaneamente de lado as responsabilidades dos políticos, como cada empresário poderia ter-se preparado para esse momento de queda na economia local?

Em relação aos alugueis, qual posicionamento poderiam ter tomado ou tomar nesse momento de austeridade, quando deve haver mais rigor no controle de gastos? É realmente necessário estar localizado na principal avenida da cidade?

Levando em consideração o crescimento geográfico da cidade, haveria a possibilidade de encontrar pontos comerciais mais baratos em pontos estratégicos dentro dos bairros, essa postura não só poderia gerar um efeito sobre os locatários de pontos de avenida que com a baixa demanda diminuiriam o preço de aluguel, como também aproximariam ainda mais o cliente da sua loja conquistando-o ainda mais com campanhas de fidelização.

Já com os fornecedores, uma possibilidade seria o desenvolvimento de parcerias, visando reduzir os custos através do volume de compras. A união entre empresários do mesmo seguimento – móveis, alimentos, por exemplo – para realizarem as compras em grande escala, tornando mais vantajoso aos fornecedores realizarem suas entregas na cidade.

Reduzindo os custos com aluguel e fornecedores e buscando reduzir ainda outros custos desnecessários, o empresário poderá refletir essa economia no preço de venda seus produtos, tornando-os mais atrativos ao cliente, que deixaria de gastar nas vizinhanças.

Com o aumento das vendas e aumento da receita no comércio local, há a possibilidade de aumento de efetivo nos estabelecimentos, gerando emprego e renda na cidade, fazendo a economia girar e proporcionando crescimento econômico.

Assim abrimos a visão de que a crise pode ter sido ocasionada pela falta de preparo durante as “vacas gordas”. Em um período mais estável havia a necessidade de percepção das dificuldades que viriam a se instalar em nossa cidade, mas ainda há tempo de reverter, basta um posicionamento mais estratégico de cada empresário, pensando “fora da caixa” e vislumbrando as infinitas possibilidades de ultrapassar a crise e ainda obter uma evolução econômica.

Por.

Adm. Laura Almeida

Sócia Administradora na Empresa JL Capacitar – Consultoria & Treinamento Empresarial LTDA. Formada em Administração pela Faculdade Estácio, MBA em Administração e Logística Empresarial, com experiência em Gestão de Contratos, Gestão de Materiais, Gestão de Projetos Sociais e Treinamento e Desenvolvimento de Equipes.

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