Não quero ser candidato se for culpado, diz Lula

Ex-presidente falou pela primeira vez depois de o TRF4 definir para 24 de janeiro a data do julgamento da apelação dele contra sua condenação

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta quarta-feira pela primeira vez depois de o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) marcar a data do julgamento da apelação dele contra sua condenação na Operação Lava Jato. Em uma reunião das bancadas do PT na Câmara e no Senado, em Brasília, Lula declarou que não quer ser candidato à Presidência se tiver culpa e desafiou o Ministério Público a provar que ele é culpado no processo.

Na sentença de primeira instância, o juiz federal Sergio Moro condenou o petista a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O julgamento no TRF4, segunda instância, está marcado para o dia 24 de janeiro. Se a 8ª Turma do tribunal mantiver a condenação, o petista pode ser preso e ficar inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

“Se eles apresentarem provas contra mim de todas as acusações, eu terei a satisfação de vir a uma reunião da bancada e dizer: ‘eu não posso ser candidato a presidente, eu sei que eu tenho todos esses recursos para fazer, mas eu sou culpado, eu não vou ser candidato, não tenho condição moral de ser candidato à presidência da República’”, afirmou. O petista usou a palavra “culpado”, e não “condenado”.

Ao lado da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e do líder do partido na Câmara, Carlos Zarattini (SP), Lula voltou a criticar Moro e os procuradores da Lava Jato e disse que as provas não significaram “absolutamente nada” na primeira sentença contra ele. O processo trata do suposto pagamento de cerca de 3 milhões de reais em propina da OAS ao ex-presidente por meio da compra e da reforma de um tríplex no Guarujá (SP).

O petista voltou a afirmar que não há provas de que o imóvel pertença a ele e ressaltou que seria uma “leviandade” concorrer ao Palácio do Planalto sabendo-se culpado. “Eu não quero ser candidato por ser candidato, não quero ser candidato se eu for culpado, seria leviandade da minha parte estar brigando para ser candidato para ocupar a minha culpabilidade. Eu quero brigar para provar minha inocência e se eles querem me condenar, eles que apresentem à sociedade brasileira uma única culpa”, declarou.

“Não quero que vocês tenham um candidato a presidente que esteja escondido na sua candidatura porque ele é culpado, não quer ser preso para ser candidato. Eu quero ser inocentado para poder ser candidato a presidente da República”, completou. Com informações da Revista Veja.

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